Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/
O governo federal pagou o auxílio emergencial durante o auge da pandemia da covid-19 para 135,7 mil pessoas mortas, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com o órgão de controle, isso trouxe prejuízo de R$ 336,1 milhões aos cofres públicos.
O dado é da auditoria da CGU sobre fraudes no benefício pago aos brasileiros que ficaram sem renda com a chegada do coronavírus. O auxílio, que inicialmente era de R$ 600 e depois teve o valor reduzido, foi pago a 68,2 milhões de pessoas em 2020 e 2021.
Segundo o órgão de controle, além das pessoas já mortas, o benefício foi pago indevidamente a empregados do governo federal (incluindo militares), menores de idade e também a político ocupante de cargo eletivo.
Além disso, cerca de 1,9 milhão de brasileiros com vínculo formal de trabalho também receberam o auxílio de forma irregular. Outros 58,9 mil membros das Forças Armadas foram beneficiados mesmo sem ter direito.
Ao todo, 5,2 milhões de pessoas receberam o benefício irregularmente, o que equivale a 7,7 % do total. Foi constatado, ao serem rastreados todos os pagamentos realizados de forma irregular, um prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 9,4 bilhões.
Procedimentos para devolução dos recursos
Com relação aos mortos que receberam o benefício, a CGU pediu que o Ministério da Cidadania, responsável por desembolsar a verba, “defina procedimentos e responsabilidades pelo acompanhamento da devolução de recursos referentes às parcelas pagas após o óbito dos beneficiários”.
Em resposta ao órgão, o ministério reconheceu o problema dos óbitos e afirmou que fez uma melhoria no processo de avaliação de quem está vivo ou morto.
Até 3 de dezembro de 2021, foram feitos 331,7 milhões de pagamentos a 68,2 milhões beneficiários, totalizando R$ 231,4 bilhões em recursos distribuídos. Para chegar às irregularidades, a CGU cruzou os pagamentos efetuados com outras bases de dados governamentais. (*Com informações da Carta Capital)
Confira em números os pagamentos irregulares:
Com renda familiar superior à permitida: 1.186.259 de pessoas
Com vínculo formal de emprego: 1.982.919
Aposentados: 867.927
Mortos: 135.709
Menores de dezoito anos: 411